O DOM DA VIDA
Vai uma representação de Santa Inês, com três imagens de São Sebastião.
Santa Inês, uma adolescente de nobre família romana, do início do século IV, que, segundo o testemunho de Santo Ambrósio, bispo de Milão, em finais do mesmo século, teria dado a vida para defender a sua liberdade de amar a Deus, que Se lhe revelara em Jesus Cristo como o Amor capaz de satisfazer plenamente todos os anseios do seu coração.
Dar a vida por amor… que, neste caso não era apenas um grande amor, mas o Amor, sem qualificativos, porque identificado com o próprio Deus.
Celebra-se esta efeméride a seguir à memória litúrgica de outros dos mártires romanos: São Fabião, papa (236-250), e São Sebastião, funcionário imperial (a tradição apresenta-o como o chefe da Guarda Pretoriana), martirizado nos finais do século IV, pouco depois de Santa Inês.
Madrugada de 21 de Janeiro, ao procurar enquadrar tudo aquilo que, durante o dia me falou da vida: dos seus encantos, das suas contradições, de tudo o que nela pesa e nos fascina… como tão bem o soube dizer um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos:
Ai, a vida!
Como dói ser vivida,
E como a própria dor a quer e agradece!
(Miguel Torga, Diário, XIII.)
A vida humana, que em si mesma considerada é puro dom, até no sentido em que traz consigo o carácter inalienável do direito a desenvolver-se segundo um ritmo que não pode ser negociado com ninguém.
Vida que, ao contrário do que pensam alguns jovens do grupo que, a princípio da tarde discutiam a existência ou não de limites para o avanço tecnológico, nenhum poder deste mundo, científico, político ou ideológico, pode reclamar em nome do progresso.
Regresso da primeira das três tertúlias programadas pela pastoral da Vigaria de Leiria, com o fim de se reflectir precisamente sobre este carácter da vida como dom absolutamente, que ninguém pode reclamar nem recusar; e, quanto ao pô-lo em risco, só por valores que lhe sejam objectivamente superiores.
Não quero agora falar desta primeira tertúlia.
Gostaria mais de aproveitar a coincidência da memória de três membros da mesma comunidade que deram a vida pela fé, para frisar duas ou três coisas:
Primeiro, como o martírio cristão se distingue de certos suicídios dos nossos dias, praticados por fanatismo, num quadro de sementeira da morte para, com o terror, conseguir aquilo para o qual não se têm armas eficazes: Ou seja, onde se morre para matar.
O mártir cristão, ao contrário, morre para não matar; ou sujeita-se à morte temporal, para evitar a morte eterna.
Sem ter que ver propriamente com o dom da vida: note-se como para a Igreja não têm em conta a condição, nem política, nem social, nem de sexo, nem de função no seio da comunidade, na glorificação dos seus membros.
Temos de facto, reunidos nestas comemorações, um bispo (Fabião, bispo de Roma) e dois leigos: (uma adolescente – segundo a tradição contava apenas treze anos; e um chefe militar, casa imperial).
Por hoje, paramos aqui.
É possível que voltemos ainda a estas questões, sobretudo vale a pena tomar a sério as dificuladde da Igeraj autralidna
1 Comments:
Obrigado pela atenção e pela rapidez c q se debrussou sobre o meu pedido.
Há questões q muitas vezes se me colocam cm cidadã de um mundo actual c todas as suas contingências e q sinto q vão contra aquilo q a Igreja propõe e defende. Ora, cm crente pergunto-me até q ponto as duas visões podem coexistir. N sei se me estou a explicar convenientemente... M, por exemplo, a questão de saber se há direito a existir ainda mm antes de existir. Ou seja,se ainda antes da fecundação haveria direito a "ser". Daí poderíamos deprender q qq método anti-concepcional n deveria existir. M, seria possível q cada um de nós tivesse os filhos "q Deus nos desse", cm diria a minha avó?
N sei se dá p perceber esta minha questão, m gostava de ouvir a opinião de alguém desse lado em quem reconheço grande discernimento.
Muito obrigado
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