domingo, fevereiro 25, 2007

CRITÉRIOS DE CREDIBILIDADE



Em seguida, conduziu-o a Jerusalém, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, pois está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, a fim de que eles te guardem; e também: Hão-de levar-te nas suas mãos, com receio de que firas o teu pé nalguma pedra.» Disse-lhe Jesus: «Não tentarás ao Senhor, teu Deus.» Tendo esgotado toda a espécie de tentação, o diabo retirou-se de junto dele, até um certo tempo (Lc 4, 9-13).

Há dias, uma jovem recém-formada em Engenharia Química, numa conversa em que se falava do Papa, frisou a sua admiração por João Paulo II, cujo pontificado, afinal, já tinha começado quando ela nasceu, procurando pôr em realce os deméritos de Bento XVI, cujo pontificado não leva ainda dois anos.
Chamaram-me a atenção as referências negativas a propósito do “discurso” de Ratisbona, que era, aliás, a única coisa importante do pontificado de Bento XVI de que tinha ouvido falar.
Mas o que de modo especial me espantou foi que alguém acabado de sair da Universidade, com tantas responsabilidades no amanhã da sociedade portuguesa, sobre uma questão tão séria como a necessidade e as raízes do diálogo entre crenças e culturas, que foi o tema do referido discurso – afinal, mais prelecção académica do que discurso – se tenha contentado com as reportagens sensacionalistas do mercado jornalístico.
Assim, já não me espanta a sua conclusão, que, aliás, encontrei noutras cabeças bem pensantes da nossa praça:
- Quando a gente sabe, dizia a referida jovem engenheira, que certas coisas podem ferir sensibilidades, é melhor não as dizer.
Assim mesmo.
Os demagogos e manipuladores da palavra, os blasfemos e podem ofender os crentes… todos podem agredir a seu belo prazer.
Só os defensores da verdade têm de estar calados.
Ou então, repetir os discursos demagógicos dos que usam a palavra, não para servir mas para se servir, não para transmitir a verdade, mas para colher aplausos.
Jesus Cristo também experimentou a tentação de ir por atalhos que Lhe facilitassem as coisas: O atalho das obras materiais, dos compromissos que são sempre cedências a quem não tem direito a elas, dos gestos espectaculares, que dispensem as incompreensões, os ódios, as humilhações, o calvário, a morte infamante numa cruz.
Como Cristo é a Igreja, são as famílias cristãs, é cada um do crentes.