segunda-feira, fevereiro 05, 2007

IMPRECISÕES DE LINGUAGEM


Não sei se a afirmação é da rseponsabilidade dos defensores do NÃO, ou se apenas se trata de mais um fruto da superficilidade dos jornalistas:
Disse-se, a propósito das declarações de Sócrates, que ele não aceitava nenhuma proposta de solução intermédia para a questão do aborto.
Pensando bem, não se pode falar de soluções intermédias quando o que está em jogo é a vida humana: a vida da criança e a vida da mulher, que a sociedade tem o dever de ajudar a ultrapassar as dificulades que encontra na realização de um dos seus mais belos sonhos, que é o de ser mãe.
O que os defensores do NÃO querem é uma solução global, que abranja todos os aspectos da questão, incluindo o das pressões e chantagens para que uma vitória do SIM atirará um número incontávl de mulheres, que assim continuarão a ser as grandes vítimas do egoismo humano.
Chega a ser tremendamente chocante que as ideologias que se assumem como defensoras dos valores tradicionalmente caros à esquerda, não se dêem conta do mal que fazem às mulheres com a liberalização do aborto, dispensando o Estado de cumprir o seu dever de salvar precisamente o que é mais fraco, o que está desamparado, sem voz... E repare-se que não me refiro apenas à vida recém-gerada.
Diria que me refiro em primeiro lugar àquela em cujo ventre essa vida foi gerada: e que fica tantas vezes sozinha, à mercê dos maus conselheiros e dos abutres que tiram sempre proveito da desgraça alheia.
Perante isto não há soluções intermédias.
A não ser que se chame intermédia a uma solução provisória, que dê tempo a que se tomem as medidas necessárias e que precisam de grande reflexão, para não se cometerem erros irreparáveis.
E esse seria o caso da vitória do SIM á pergunta que os políticos prepararam para o próximo referendo.