SUMMORUM PONTIFICUM
Recusei-me a escrever sobre o tema enquanto não tive à mão o documento prometido e sobre o qual todos achavam que podiam exprimir a sua opinião, sobretudo quando se tratava de atacar o Papa.
Ainda ecoa nos meus ouvidos a frase inquieta daquele jovem sacerdote: já sabemos o suficiente para ver que a Igreja está a recuar.
Agora, ele aí está!
Começa assim, numa tradução porvisória: O cuidado dos Sumos Pontífices, até hoje, foi sempre que a Igreja de Cristo oferecesse à Divina Majestade um culto digno “para o louvor e a glória do Seu nome” e “para a utilidade de toda a Sua santa Igreja”.
Curto, com uma clareza rara no latim da cúria, a testemunhar como a designação da Eucaristia por Sacramnentum Caritatis, não foi um lugar comum, expressão sem sentido no coaraçã grande de Bento XVI.
Terminada a leitura, que fiz já ao fim da tarde, para além de um extraordiário conforto, não resisti ao apelo à acção de graças: porque Deus, depois de me ajudar a esperar com serenidade no meio do coro infernal que se lavantou por aí, me traz o conforto de um documento que, sem me exigir, a mim pessoalmente, qualquer alteração na prática, torna mais claro o rosto materno da Igreja; e quais são as verdadeiras dimensões da tolerância.
Mas não posso deixar de exprimir uma mágoa profunda, que me vem do modo como a comunicação social, sobretudo ligada à Igreja, alguma com grande responsabilidade, pela autoridade que muitos leitores lhe atribuem, tratou este assunto.
Em certos casos, se não querem que os classifiqemos de má fé, podemos, pelo menos, falar de grande leviandade. O que é muito grave, num mundo como o nosso, onde o que abunda são as tribunas do erro e da má fé.
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