domingo, maio 06, 2007

EUROPEU... QUE PARLAMENTO?

A Canonização do Insulto
Vem de longe o hábito de insultar quando se perdeu a razão, ou não se conseguem argumentos para convencer os outros da justeza dos nossos pontos de vista.
Quando eu era mais jovem, dizia-se que isso acontecia sobretudo nas sociedades culturalmente atrasadas, sem hábitos de discussão de ideias. E assim se explicava que em Portugal se não soubesse discutir: apenas se lutava, com palavras mais ou menos obscenas, contra a dignidade uns dos outros; não havia ideias a comparar, mas adversários a abater.
Cheguei a sonhar que, quando entrássemos no clube dos países democráticos, todos mais cultos de que nós, as coisas melhorassem: afinal, pioraram... porque, de facto, nesta Europa que recusa as suas raízes, ficámos sem valores objectivos, referências seguras, quadros éticos donde nos venham fronteiras que não sejam presídios, mas padrões de liberdade.
Hoje falo apenas de um facto, mas que me parece tão grave, que só não fez estremecer os cidadãos esclarecidos, porque a anastesia das ideologias torna as mentes cada vez mais obtusas.
Sempre ouvi dizer que as fobias, qualquer que fosse o seu tipo, eram doenças que devíamos tratar como tais, com respeito e carinho pelas suas vítimas. E se eram doenças, seria desumano, tanto etiquetar os doentes, como atribuí-las a quem as não tinha.
Pois agora - pasme-se diante do progresso a que chegámos! – há quem venha para a rua gritando contra esses doentes... e consegue-se que parlamentos, como o europeu, proibam estar doente...
Parece uma brincadeira, mas não é.
Há muitos anos que aprendi, em estudos de diversos níveis, que, do ponto de vista da sua orientação sexual, as pessoas se dividiam em heterossexuais – a maioria – e homossexuais... uma minoria que nos últimos anos, por razões que não vêm ao caso, tem vindo a crescer.
Apesar do barulho e dos acidentes legislativos que provocou esta realidade, no campo do significado das palavras, nunca os termos hetero- e homossexual, tiveram qualquer conotação, negativa ou positiva.
Dizer que alguém é hetero ou homossexual, não traz consigo mais do que uma informação, que, como qualquer outra, será recebida por quem a ouvir segundo o seu modo de estar na vida.
Mas não acontece o mesmo, quando se diz de alguém que é homófobo. E foi por isso que um dos candidatos à Presidência da República Francesa, quando um dos seus ouvintes que se apresentava como homossexual, o acusou de ser homófobo, reagiu com violência, dizendo que não admitia que o insultassem pela sua orientação sexual, tal como ele não insultava os outros.
Agora vem o Parlamento Europeu condenar a homofobia... só falta que se ocupe das outras fobias, como, por exemplo, a claustrofobia... a ver se consegue o que os psiquiatras não conseguem.
Pessoalmente não tenho nada, nem nunca tive, contra os homosexuais... só gostaria que deixassem de chamar lésbicas às mulheres homosexuais, porque isso pode conter um erro muito grave em relação a uma grande artista da Antiguidade.
Mas considero um insulto que me chamem homófobo, como se a minha orientação heterosexual resultasse de uma patologia em relação às pessoas do meu sexo; como se fosse uma doença, uma distorsão da personaliadde.


2 Comments:

Blogger Augusto Ascenso Pascoal said...

Vai o meu comentário Á FALATA DE COMENTÁRIOS?
PARA FAZER UMA EXPERIÊNCIA

4:21 da tarde  
Blogger Augusto Ascenso Pascoal said...

Afinal deu certo.

4:22 da tarde  

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