SEMEADORES DE TEMPESTADES.IV
O FANTASMA DO LATIM E DO GERGORIANO
Domingo à noite, depois de ter escutado comentários ansiosos de pessoas que ainda pensam que os telejornais são programas inocentes: porque ouviram dizer que o Papa queria o regresso do latim e do canto gregoriano, em vez das línguas e das músicas modernas. E que iam desaparecer das igrejas violas, guitarras, flautas, etc. etc.
E houve também aquela reportagem, com imagens escolhbidas adrede, e as pessoas a responderem a perguntas formuladas de modo claramente enganador... Enfim, a municação social ao serviço da confusão das ideias, da mentira, da intolerância, do ódio.
Situemos as palavras do Papa no seu contexto:
Já quase no fim da segunda parte, onde, com a profundidade teológica que lhe conhecemos, desenvolve o tema da “Eucaristia, Mistério Celebrado”, aborda a questão das grandes concelebrações, alertando para a necessidade de criar espaços que ajudem a evitar os perigos da dispersão, tornando assim mais difícil a experiência de unidade que deve viver-se em cada celebração eucarística (§ 61).
E é depois desta referência às grandes concelebarções que surge a questão das concentrações multitudinárias de pessoas de várias nações e culturas.
E que diz o Papa a esse respeito?
Penso neste momento, em particular, nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais, cada vez mais frequentes hoje, e que devem justamente ser valorizadas.
Ou seja: em primeiro lugar, que essas concentrações devem justamente ser valorizadas.
Valorizadas pelo que têm em si de válido; valorizadas, procurando que se desenvolvam e delas se tire o melhor partido possível.
E, como é da Euacristia que se trata, o Papa, na esteira das propostas dos Padres sinodais, faz algumas recomendações:
Recomendações que, por muito sábias e empenhativas que sejam, não passam de recomendações:
A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: (Vaticano II: SC 36.54) exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas (Sínodo dos Bispos: Propositio 36) da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano.
Talvez fosse oportuno recordar aos jornalistas portugueses que este número da Sacramentum Caritatis é quase uma descrição do que se faz há muitos anos, por exemplo, nas peregrinações internacionais a Fátima.
É incrível que, a partir de um texto como este se faça o alarido que se está a fazer: confrange ver tanta ignorância e má fé.
A terminar, o Papa, como exige a coerência com as recomendações anteriores, faz um pedido, repare-se, um pedido, aos ministros e candidatos a minsitros da Eucaristia:
Peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia.
Domingo à noite, depois de ter escutado comentários ansiosos de pessoas que ainda pensam que os telejornais são programas inocentes: porque ouviram dizer que o Papa queria o regresso do latim e do canto gregoriano, em vez das línguas e das músicas modernas. E que iam desaparecer das igrejas violas, guitarras, flautas, etc. etc.
E houve também aquela reportagem, com imagens escolhbidas adrede, e as pessoas a responderem a perguntas formuladas de modo claramente enganador... Enfim, a municação social ao serviço da confusão das ideias, da mentira, da intolerância, do ódio.
Situemos as palavras do Papa no seu contexto:
Já quase no fim da segunda parte, onde, com a profundidade teológica que lhe conhecemos, desenvolve o tema da “Eucaristia, Mistério Celebrado”, aborda a questão das grandes concelebrações, alertando para a necessidade de criar espaços que ajudem a evitar os perigos da dispersão, tornando assim mais difícil a experiência de unidade que deve viver-se em cada celebração eucarística (§ 61).
E é depois desta referência às grandes concelebarções que surge a questão das concentrações multitudinárias de pessoas de várias nações e culturas.
E que diz o Papa a esse respeito?
Penso neste momento, em particular, nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais, cada vez mais frequentes hoje, e que devem justamente ser valorizadas.
Ou seja: em primeiro lugar, que essas concentrações devem justamente ser valorizadas.
Valorizadas pelo que têm em si de válido; valorizadas, procurando que se desenvolvam e delas se tire o melhor partido possível.
E, como é da Euacristia que se trata, o Papa, na esteira das propostas dos Padres sinodais, faz algumas recomendações:
Recomendações que, por muito sábias e empenhativas que sejam, não passam de recomendações:
A fim de exprimir melhor a unidade e a universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: (Vaticano II: SC 36.54) exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as orações mais conhecidas (Sínodo dos Bispos: Propositio 36) da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas algumas partes em canto gregoriano.
Talvez fosse oportuno recordar aos jornalistas portugueses que este número da Sacramentum Caritatis é quase uma descrição do que se faz há muitos anos, por exemplo, nas peregrinações internacionais a Fátima.
É incrível que, a partir de um texto como este se faça o alarido que se está a fazer: confrange ver tanta ignorância e má fé.
A terminar, o Papa, como exige a coerência com as recomendações anteriores, faz um pedido, repare-se, um pedido, aos ministros e candidatos a minsitros da Eucaristia:
Peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia.
1 Comments:
Há já algum tempo que não dou grande atenção aos serviços ditos informativos das nossas televisões. Com a internet, leio alguns jornais nacionais e estrangeiros e pouco mais. Infelizmente o sensacionismo sobrepos-se à informação simples e não se pode confiar na imparcialidade dos jornalistas. Tudo isto para dizer que acabei por não estar a par da polémica em torno das palavras de Bento XVI. Contudo agradeço A.P. pelos esclarecimentos, pois mais cedo ou mais tarde há-de alguém confrontar-me com o discurso descontextualizado e deturpado, com a habitual fórmula "Então, tu que és católica praticante, o que é que dizes de...?". E eu, na minha modesta opinião, terei de dizer algo porque a ignorância dos outros exige que o "católico praticante" tenha sempre algo para dizer e se não for esclarecido, pode facilmente cair nas teias da verdade reescrita, ou redita por oblíquas mentes.
Assusta-me sentir que na era da informação estejamos tão mal informados e tão facilmente sejamos "enganados".
Obrigada A.P.
Lena
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