terça-feira, outubro 23, 2007

PARA RECOMEÇAR

Cosmética e democracia

Foi uma corrida desenfreada de todos: uns para ver se conseguiam o que os grandes, com muito mais experiência não haviam conseguido, outros procuarando conciliar dois medos – o de não chegar a tempo e o de serem devorados pelos companheiros que ofereciam apoio, e estes medindo os passos para não perderem a oportuniadde de comer o mais possível.
E o povo?
Ah, o povo ficou a ver. Depois pediram-lhe que ouvise os discursos, os auto-elogios, que só não provocam vómitos porque já estamos habtuados.
Portugal, de cócoras diante dos grandes, fica contente porque aquela colossal cosmética ficará a chamar-se Tratado de Lisboa!
E mudaram-lhe o nome para se não sentirem obrigados a pedir a ratificação pela via do referendo.
Muito inteligente, sim, senhor.
Mas não me venham falar de democracia. Se nem sequer nos explicaram em que é que realmente o Tratado de Lisboa fica melhor do que o tristemente célebre Tratado Constitucional, rejeitado pelos povos políticamente mais cultos da Europa...
Decididamente, esta não é de modo nenhum a Europa de Schumann, Adenauer, De gasperi, etc.