sábado, setembro 15, 2007

OS TRIBUNAIS E O TRIBUNAL




Peço que me deixem entrar por um curto momento, para dizer duas palavras do longo discurso que me baila na mente há meses, cada vez com mais insistência, cada vez com mais fúria, e que tenho grande dificuldade em reter.
Tenho de desabafar: Será apenas um ligeiro escape do que foi passando de desencanto a indignação, a revolta contra a tirania do mercado da notícia, que, em nome do direito de informar, julga, condena, absolve, volta a condenar, absolve outra vez, de novo condena... arrastando pela lama tudo e todos, inventando suspeitas onde os boateiros não são suficientemente imaginativos: porque o que importa é vender.
E não falo apenas da tragédia Mccan.
Esta vem depois de outras, de há meia dúzia de anos para cá.
Sempre ouvi dizer que o que caracteriza um regime democrático é o respeito pela separação de poderes: Os deputados fazem as leis (poder legislativo), o governo executa as leis (poder executivo), os tribunais julgam os crimes (poder judicial).
Os tribunais...
O trágico está em que agora temos, não os tribubais, mas o tribunal... da opinião pública, da comunicação social, da rua.
É o tribunal, que, jogando na irresponsabilidade do anonimato e da ausência de escrúpulos, afoga os tribunais, inutiliza as suas decisões, faz esquecer a justiça.
Não há quem tenha mão nisto?

2 Comments:

Blogger Alx said...

Nâo vou fazer um comentário. Vou aproveitar este espaço para "envergonhadamente" lhe dar os parabéns atrasados... (deixei passar os dois dias possíveis para o fazer). Muitos e bons!!!

E, já agora, encontrei um blogue (www.trentonalingua.blogspot.com) que me parece interessante, reúne várias sensibilidades religiosas, mas onde por vezes falta o esclarecimento quem sabe um pouco mais... -lembrei-me de si!!!

Abraço

1:46 da manhã  
Blogger Augusto Ascenso Pascoal said...

Meu caro alx, escrevo para te agradecer... e sabes que o faço com sinceridade.
Agradecer os cumprimentos de anos, que, quando são sinal de amizade, nunca vêm fora de tempo.
Também agradeço a informação sobre o tal blogue, que não conhecia; talvez intervenha alguma vez, mas pelo puco que li, parece-me tribuna com um estilo que não é o meu. Sabes? A sensibilidade religiosa, qualquer que ela seja,morre à mingua em qualquer deserto de sensibilidade humana.Sem coração e respeito, não se vai a lado nenhum. Mas há coisas que mereciam ser esclarecidas, até porque a ignorância é o terreno mais propício a todo o género de manipulações, como a de Pedro Leal, no seu último post.
Uma grande abraço
AP

9:37 da tarde  

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