DE NOVO A EUROPA
Incentivos à abstenção
Portugal mergulha no festival das eleições.
É um mal necessário, dizem os menos pessimistas. Sim, porque chamar às eleições um mal não parece optimismo.
Ah, diz o meu companheiro de lado, mal por se multiplicarem assim os actos eleitorais: diríamos que isso a que dás o nome de festival é que é o tal mal... necessário, porque nas presentes circunstâncias...
As presentes circunstâncias... sempre as circunstâncias a pagar o preço.
Mas seja. O que hoje me traz aqui, não é tanto o facto de se multiplicarem, em tão curto espaço de tempo, os actos eleitorais.
Se peço a palavra é apenas para gritar, com a força de que sou capaz – como não é muita, talvez ninguém me ouça – contra a burla em que a classe política nos lança, emoldurando discuros que nada têm ver com o objectivo das eleições.
Eleições para o parlamento europeu, dizem eles.
E que parlamento é esse?
Que têm feito lá os deputados eleitos pelos partidos que agora se lançam nos caminhos de Portugal, a pedir o voto dos cidadãos? E qual a identidade europeia de cada um desses partidos? No que se refere a essa Europa, o que é que os distingue uns dos outros?
Como querem que vamos votar no próximo dia sete, se não nos oferecem critérios claros de escolha?
Num pensamento meio caricatural, reconheço, dá-me a impressão de que estamos perante mais uma competição clubística: todos os clubes querem ter um lugar no estádio de Estrasburgo... a ver quem consegue ocupar mais espaço, para berrar com mais força, não se sabe bem o quê.
Só me pergunto se isto não será um enorme incentivo à abstenção.
Abstenção pura e simples, que todos se apressam a classificar de anticivismo, mas que é fortemente incentivada precisamente por quem devia ajudar a evitá-la..
Porque a mim não me satisfaz o anonimato do voto nulo, que acaba sempre por favorecer quem ganha.
Senhores candidatos a deputados, se querem que votemos no próximo dia sete, digam-nos claramente por que Europa vão lutar.
Portugal mergulha no festival das eleições.
É um mal necessário, dizem os menos pessimistas. Sim, porque chamar às eleições um mal não parece optimismo.
Ah, diz o meu companheiro de lado, mal por se multiplicarem assim os actos eleitorais: diríamos que isso a que dás o nome de festival é que é o tal mal... necessário, porque nas presentes circunstâncias...
As presentes circunstâncias... sempre as circunstâncias a pagar o preço.
Mas seja. O que hoje me traz aqui, não é tanto o facto de se multiplicarem, em tão curto espaço de tempo, os actos eleitorais.
Se peço a palavra é apenas para gritar, com a força de que sou capaz – como não é muita, talvez ninguém me ouça – contra a burla em que a classe política nos lança, emoldurando discuros que nada têm ver com o objectivo das eleições.
Eleições para o parlamento europeu, dizem eles.
E que parlamento é esse?
Que têm feito lá os deputados eleitos pelos partidos que agora se lançam nos caminhos de Portugal, a pedir o voto dos cidadãos? E qual a identidade europeia de cada um desses partidos? No que se refere a essa Europa, o que é que os distingue uns dos outros?
Como querem que vamos votar no próximo dia sete, se não nos oferecem critérios claros de escolha?
Num pensamento meio caricatural, reconheço, dá-me a impressão de que estamos perante mais uma competição clubística: todos os clubes querem ter um lugar no estádio de Estrasburgo... a ver quem consegue ocupar mais espaço, para berrar com mais força, não se sabe bem o quê.
Só me pergunto se isto não será um enorme incentivo à abstenção.
Abstenção pura e simples, que todos se apressam a classificar de anticivismo, mas que é fortemente incentivada precisamente por quem devia ajudar a evitá-la..
Porque a mim não me satisfaz o anonimato do voto nulo, que acaba sempre por favorecer quem ganha.
Senhores candidatos a deputados, se querem que votemos no próximo dia sete, digam-nos claramente por que Europa vão lutar.