INÚTIL E ESTÚPIDO
TRISTEZA E MÁGOA
Quem me conhece sabe muito bem que não posso concordar com grande parte das posições assumidas por Vasco Pulido Valente, que, em meu entender tem da história uma visão diferente da minha.
É por isso que me dá particular prazer citá-lo a propósito do triste acordo ortográfico que acaba de ser aprovado pela Assembleia da República:
Tirando alguns pormenores das explicações que dá a respeito das escritas (porque não há uma só escrita) do inglês, gostei da clareza com que falou das tais “virtudes” do malfadado acordo: inútil (porque ineficaz) e estúpido.
Totalmente de acordo.
Mas não posso deixar de exprimir a profunda mágoa que me assaltou perante o espectáculo de um parlamento que, mais uma vez, mostra estar a milhas do que verdadeiramente interessa para salvar a identidade de um povo.
Assim não se vai a lado nenhum.
Há dias, uns meus amigos brasileiros, que gostam de Portugal e do Brasil (digo que gostam, porque tenho certo pudor de empregar a palavra amam), dizim-me, com certa tristeza: mas para que foram eles mexer nisso? Estava tudo tão bem assim...
E estava.
Confesso que não percebo um parlamento que, com problemas tão sérios para resolver, se ocupa de um assunto que não inquietou ainda nenhum outro parlamento desta Europa, com países muito mais cultos do que o nosso.
Nos últimos anos do fascismo, a então chamada Assembleia Nacional passou algumas sessões a discutir a ironicamente designada por “lei do isqueiro”.
Para que a sessão onde se discutiu e aprovou o acordo ortográfico não venha a revelar-se um ridículo prejudicial à Nação, é necessário que se cumpra a profecia de Vasco Pulido Valente: que será inútil.
Quem me conhece sabe muito bem que não posso concordar com grande parte das posições assumidas por Vasco Pulido Valente, que, em meu entender tem da história uma visão diferente da minha.
É por isso que me dá particular prazer citá-lo a propósito do triste acordo ortográfico que acaba de ser aprovado pela Assembleia da República:
Tirando alguns pormenores das explicações que dá a respeito das escritas (porque não há uma só escrita) do inglês, gostei da clareza com que falou das tais “virtudes” do malfadado acordo: inútil (porque ineficaz) e estúpido.
Totalmente de acordo.
Mas não posso deixar de exprimir a profunda mágoa que me assaltou perante o espectáculo de um parlamento que, mais uma vez, mostra estar a milhas do que verdadeiramente interessa para salvar a identidade de um povo.
Assim não se vai a lado nenhum.
Há dias, uns meus amigos brasileiros, que gostam de Portugal e do Brasil (digo que gostam, porque tenho certo pudor de empregar a palavra amam), dizim-me, com certa tristeza: mas para que foram eles mexer nisso? Estava tudo tão bem assim...
E estava.
Confesso que não percebo um parlamento que, com problemas tão sérios para resolver, se ocupa de um assunto que não inquietou ainda nenhum outro parlamento desta Europa, com países muito mais cultos do que o nosso.
Nos últimos anos do fascismo, a então chamada Assembleia Nacional passou algumas sessões a discutir a ironicamente designada por “lei do isqueiro”.
Para que a sessão onde se discutiu e aprovou o acordo ortográfico não venha a revelar-se um ridículo prejudicial à Nação, é necessário que se cumpra a profecia de Vasco Pulido Valente: que será inútil.