QUEM TEM MEDO DE QUEM
II
O fim da tolerância
Passam rapidamente os últimos dias da minha demora em Roma.
Sejam quais forem os fantasmas que esta palavra desperta no coração das pessoas, ninguém pode levar-me a mal que o aproveite para revigorar uma fé tão frágil como o meu ser físico, moral, psíquico e intelectual.
A fé encarna em cada um de nós, à semelhança do que acontece com a cultura e a memória cultural dos povos: e aqui está uma das razões por que gosto de Roma, também como crente.
Não cultivo, penso eu, nenhuma espécie de supersticioso apego às coisas; mas aproveito as sugestões e ajuda que podem dar-me para subir da realidade temporal aos átrios da vida eterna.
Era por isso que queria passar pelo túmulo do Apóstolo Pedro, antes de partir... talvez para não mais voltar.
Mas eu não vim a Roma como turista; e a peregrinação, se quis fazê-la, foi inserindo-a num plano de trabalho demasiado absorvente, para que nele coubessem pausas demoradas.
Assim, ir a São Pedro, desta vez, não vai ser fácil, porque o tempo que exigem as normas de segurança é demasaido para o meu programa. Voltarei a outra hora... mas temo ter de regressar a casa sem dar a meu coração de crente este conforto.
E venho pensando que isto é mesmo o fim da tolerância.
Num mundo dominado pelo medo, é fácil criar barreiras a tudo quanto seja contrário às fontes, reais ou fantasiosas, do terrorismo.
Não interessa se é islâmico ou de qualquer outra estirpe: todo o terror, seja de que tipo for, é inimigo da liberdade. E isto, tanto o terrorismo activo, como o passivo.
Nem sei como podem continuar a considerar-se democráticos países onde a sociedade, com os poderes constituídos à frente, está permanentemente a ceder à chantagem do terrorismo internacional.
Passam rapidamente os últimos dias da minha demora em Roma.
Sejam quais forem os fantasmas que esta palavra desperta no coração das pessoas, ninguém pode levar-me a mal que o aproveite para revigorar uma fé tão frágil como o meu ser físico, moral, psíquico e intelectual.
A fé encarna em cada um de nós, à semelhança do que acontece com a cultura e a memória cultural dos povos: e aqui está uma das razões por que gosto de Roma, também como crente.
Não cultivo, penso eu, nenhuma espécie de supersticioso apego às coisas; mas aproveito as sugestões e ajuda que podem dar-me para subir da realidade temporal aos átrios da vida eterna.
Era por isso que queria passar pelo túmulo do Apóstolo Pedro, antes de partir... talvez para não mais voltar.
Mas eu não vim a Roma como turista; e a peregrinação, se quis fazê-la, foi inserindo-a num plano de trabalho demasiado absorvente, para que nele coubessem pausas demoradas.
Assim, ir a São Pedro, desta vez, não vai ser fácil, porque o tempo que exigem as normas de segurança é demasaido para o meu programa. Voltarei a outra hora... mas temo ter de regressar a casa sem dar a meu coração de crente este conforto.
E venho pensando que isto é mesmo o fim da tolerância.
Num mundo dominado pelo medo, é fácil criar barreiras a tudo quanto seja contrário às fontes, reais ou fantasiosas, do terrorismo.
Não interessa se é islâmico ou de qualquer outra estirpe: todo o terror, seja de que tipo for, é inimigo da liberdade. E isto, tanto o terrorismo activo, como o passivo.
Nem sei como podem continuar a considerar-se democráticos países onde a sociedade, com os poderes constituídos à frente, está permanentemente a ceder à chantagem do terrorismo internacional.